Descobrir a MGF no privado através de histórias pessoais
A APMGF vai organizar no decurso do seu 41º Encontro Nacional, que decorrerá em Albufeira, entre os dias 3 e 6 de abril de 2024, a mesa-redonda «MGF no Setor Privado da Saúde», dando sequência a outras sessões realizadas em edições passadas do evento nas quais se abordou a prática atual da MGF seja no setor público, no privado ou em outros contextos de exercício, sempre numa ótica de expor junto dos presentes as diferenças entre as múltiplas realidades, bem como os desafios, oportunidades e obstáculos inerentes a cada uma delas. Em suma, possibilitando aos colegas perceber um pouco melhor como se trabalha nestas diversas dimensões e que vias poderão escolher para o seu futuro, de forma esclarecida. Esta sessão terá como palestrantes André Graça (Hospital CUF Porto), Sofia Carlos (UCS – Unidade de Cuidados de Saúde do Grupo TAP) e Ana Luís Pereira (Teladoc Health).
“A ideia passa por promover uma mesa informal e sem rodeios, com colegas que estejam a trabalhar no setor privado e que falem abertamente da sua experiência: como é a prática do dia a dia, vantagens e desvantagens, o que se ganha e o que se perde em termos de atividade clínica. Este é um tema que gera muitas dúvidas e interesse por parte dos colegas, pelo que queremos que este seja um espaço onde todos possam colocar as suas questões de forma livre e descomplexada”, avança Nuno Jacinto, presidente da APMGF e da Comissão Organizadora do 41º Encontro Nacional.
Para André Graça, a partilha da sua narrativa pessoal pode ser importante para muitos colegas que têm conhecimento limitado sobre como se trabalha hoje fora da esfera pública: “numa altura em que o SNS se encontra, principalmente em algumas zonas do país, sobrecarregado, o sector privado tem vindo a ser uma alternativa no acesso ao sistema de saúde, muitas vezes em complementaridade com o serviço público. A discussão sobre a atividade da Medicina Geral e Familiar torna-se assim cada vez mais relevante. Nesta sessão terei como objetivo falar sobre o meu dia-a-dia no sector privado, dar uma perspetiva real e prática de como são os meus dias num hospital privado e esclarecer de forma transparente algumas dúvidas, assim como também incentivar uma discussão sobre as implicações desta escolha. Pelas mais variadas razões, temos colegas que ponderam enveredar por esta via de atividade clínica e espero que possam depois desta sessão fazê-lo de forma mais esclarecida”.
No entendimento de Ana Luís Pereira, esta é também uma boa oportunidade para refletir sobre as razões pelas quais o SNS deixou de ser atrativo para muitos colegas: “a consciência de que precisamos de um mercado de trabalho que respeite o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e que promova ativamente o desenvolvimento profissional tem tornado o Serviço Nacional de Saúde menos competitivo em atrair talento. Nos últimos anos, verificamos que muitos colegas optaram por seguir uma carreira no setor privado da saúde, no mundo corporativo e até mesmo como empreendedores. Estas novas carreiras trazem oportunidades e desafios para os colegas que as escolhem, mas também contribuem para uma mudança da forma como vemos o mercado de trabalho para os Médicos de Família”.