O MF pode ser mais efetivo no combate à insuficiência cardíaca congestiva
A mesa-redonda «Abordagem passo a passo da ICC – até onde pode e deve ir o Médico de Família», que decorrerá no dia 5 de abril no âmbito do 41º Encontro Nacional da APMGF, dará aos participantes a hipótese de conhecer um pouco melhor o impacto da insuficiência cardíaca congestiva (ICC) na população portuguesa e aquilo que os médicos de família podem fazer para limitar os efeitos negativos desta doença. Os oradores convidados são Bruno Almeida Rodrigues (assistente de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira – Covilhã), Filipe Cabral e Susana Silva Pinto (ambos assistentes de Medicina Geral e Familiar e membros do Grupo de Estudos de Doenças Cardiovasculares da APMGF). A moderação ficará a cargo de Susete Simões, membro da Comissão Organizadora do evento e vice-presidente da Direção Nacional da APMGF.
“A insuficiência cardíaca é uma síndrome com uma prevalência substancial ao nível dos cuidados de saúde. Estima-se que mais de 700 mil portugueses com idade superior a 50 anos vivam com insuficiência cardíaca. Esta patologia promove inúmeros internamentos hospitalares, com impacto na morbi-mortalidade. Por esse motivo, é fundamental a prevenção, gestão de comorbilidades e acompanhamento após a alta hospitalar. Nesta tríade, a Medicina Geral e Familiar apresenta-se como o núcleo central na interligação com especialidades hospitalares que intervêm na gestão de internamentos (Cardiologia e Medicina Interna). Nesta sessão será abordada a vertente multidisclipinar do tratamento da insuficiência cardíaca (desde a prevenção, o diagnóstico, o início de tratamento e timing de referenciação hospitalar). Será enfatizado o papel da MGF no seguimento crónico destes doentes, na gestão de fármacos modificadores de prognóstico e na interligação com as especialidades hospitalares”, avança Bruno Almeida Rodrigues.
O médico de família encontra-se, de facto, numa posição privilegiada para prevenir o aparecimento da doença, detetá-la precocemente (fazendo o diagnóstico diferencial com outras doenças que acarretam sintomas semelhantes), tratá-la de forma célere e eficaz, referenciar atempadamente e acompanhar o utente e sua família na reabilitação ou na doença terminal. Nesta mesa, que se pretende muito prática e interativa, será abordada a evolução natural dos vários tipos de ICC e destacada a forma como o médico de família pode alterar o curso da doença, nas várias fases.